Os fãs de Valter Hugo Mãe e Gabriel García Márquez vão se apaixonar por essa obra envolvente, com doses de ironia e um toque de realismo fantástico
Com grande habilidade em contar histórias pitorescas de pessoas comuns da zona rural de Portugal, o escritor português Rui Couceiro estreia na ficção com maestria. Sua escrita é marcada por personagens complexos e pelo humor descontraído ao abordar assuntos mais sérios, como a morte, a velhice e a curiosidade mórbida pela intimidade alheia.
É nesse contexto que conhecemos Joaquim Baiôa, um idoso que se dedica a restaurar casas abandonadas de sua pequena aldeia, Gorda-e-Feia, localizada no Alentejo. O vilarejo é um lugar monótono, com moradores velhos à espera da morte, e uma sensação constante de abandono. Quando um jovem professor descobre que a antiga casa de seus avós foi restaurada por Baiôa, ele decide largar a vida agitada da cidade para morar na aldeia, e acaba ajudando o velho homem na reconstrução do vilarejo.
Com a esperança de atrair novas pessoas e fazer renascer a vida do local, Baiôa se dedica arduamente ao trabalho antes que chegue o dia de sua morte. E, por incrível que pareça, ele sabe quando todos os moradores de Gorda-e-feia vão morrer, só não faz a mínima ideia de quando ele próprio irá partir.
Baiôa sem data para morrer é um romance autêntico e reflexivo sobre a vida no interior, a dicotomia entre o urbano e o rural, e a luta de um homem pela defesa de seu lugar de origem.
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