Quando a primeira obra de Comecinho (Meu irmãozinho me atrapalha) foi lançada pela Global Editora, o público teve a oportunidade de reconhecer Miguel. Personagem já bem estabelecido da autora Ruth Rocha, Miguel agora tem um rosto diferente (assinado por Mariana Massarani), mas seus dilemas continuaram os mesmos, como aprender e se adaptar a uma das fases mais complicadas da vida: o amadurecimento. Na medida em que a série foi se desenvolvendo, conhecemos mais sobre Miguel, sua família e seu irmão Pedrinho, sendo que seus dilemas ficam mais complexos e interessantes, característica que marca a chegada da segunda leva da série. O livro que dá início a segunda fase é Os amigos de Pedrinho, o quinto volume. Com ilustrações também de Mariana Massarani, o irmãozinho que chegou na vida de Miguel no primeiro livro da saga agora é mais velho e lida com as suas próprias questões. Com uma vida social ativa e saudável, Pedrinho tem vários amigos, mas seu favorito é Lucas. Os dois passam todo tempo que tem livre juntos, jogando bola, brincando, estudando ou simplesmente fazendo o percurso da escola para casa juntos. Quando Fernando chega na vida de ambos, no entanto, a dinâmica entre eles começa a mudar. De repente, Lucas e Fernando começam a andar juntos o tempo inteiro, rindo no intervalo e indo embora juntos. Pedrinho passa a se sentir excluído e triste. O mais interessante de acompanhar no livro é que em certo momento da história Pedrinho, frustrado por não conseguir arrumar uma solução para o seu problema, pede ajuda para o irmão, Miguel. Agora mais velho e com um controle maior sobre os seus próprios sentimentos, ele aconselha o irmão a simplesmente se divertir, arrumar outros amigos e aproveitar o que a escola tem para oferecer, expandindo suas amizades e as possibilidades que vem com ela. Com isso em mente, Pedrinho começa a jogar bola com os meninos na escola. Entusiasmado com a ideia do irmão e disposto a fazer novas amizades, ele dá tudo de si para o jogo e as pessoas, impulsionadas pelo seu entusiasmo, começam a entrar para o jogo, criando uma espécie de campeonato espontâneo. Em certo momento, até mesmo Lucas e Fernando participam! O conflito em si fortalece amizades antigas, cria amizades mais diversas e inclui todas as crianças, resolvendo a questão do ciúmes e da exclusão da melhor forma possível. A série é baseada na vida dos netos da própria Ruth Rocha. Como ela mesmo conta: “Um dia, Miguel estava muito triste porque ninguém podia brincar com ele. Minha filha e meu genro estavam trabalhando e o irmão era muito pequenininho para brincar. Nenhuma ideia surtia efeito: desenhar, pintar, nada. O que eu fiz? Escrevi uma história!”. Muitos anos depois, a série continua tão universal quanto na época em que foi lançada pela primeira vez. Essa característica se dá pelo fato de que os assuntos abordados ali são comuns para toda a criança, e também porque Ruth Rocha faz um trabalho excelente em captar tais emoções.
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