O corpo das mulheres – com seus ciclos, mistérios e poder – sempre foi alvo de medo, proibições, punições, controle. Para domá-lo e subestimá-lo, foi tornado um CORPO PÚBLICO, sobre o qual todos têm algo a dizer. Mas alguém escuta de verdade o que cada um desses corpos fala? Desde criança, Morgan se acostumou a dividir as decisões sobre seu corpo com outras pessoas. Primeiro com a mãe e o ginecologista, depois com os parceiros, os chefes, colegas de trabalho e, acima de tudo, com a sociedade, que o tempo todo dita normas para que uma mulher se sinta feminina e dentro dos padrões. Começa assim: “Sente-se direito!”, “Seja dócil!”, “Isso não é comportamento de menina!”. E continua: “Não engorde!”, “Depile-se!”, “Faça as sobrancelhas!”, “Controle seus hormônios!”, “Tome pílula!”, “Engravide!”, “Tenha um parto natural!”, “Amamente!”, “Volte logo ao sexo e ao trabalho!”. Faça tudo isso, mesmo que nada disso faça você se sentir bem consigo mesma. Não há maioridade nem autonomia financeira que livre as mulheres disso. A única lição básica imposta a vida inteira às mulheres é: não se conheça! Nesta HQ moderna e cosmopolita, vamos reconhecer uma história que se repete, e se repete, e se repete para todas as mulheres, desde que o mundo é mundo.
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